9 de out. de 2020

A filosofia Bastter de Acumular Patrimônio – Bastter

A filosofia Bastter de Acumular Patrimônio – Bastter

A filosofia de acumular patrimônio defendida pelo Bastter, um dos melhores propagadores do método Buy & Hold no Brasil, consiste basicamente em: trabalhar e estudar, não fazer dívidas, criar uma reserva financeira e realizar aportes mensais em ações de boas empresas. E tudo isso é com o único intuito de obter uma maior tranquilidade financeira e pessoal, ou seja, ter mais paz e menos stress. O enriquecimento virá por tabela.


É por isso que, antes de abordar cada um dos pilares da filosofia Bastter, é fundamental que o pequeno investidor entenda primeiro o que ele está fazendo e onde quer chegar. Acumular patrimônio requer planejamento e comprometimento. Não adianta nada traçar um plano, por mais simples e objetivo que ele possa ser, sem que haja disciplina para colocar em prática o que diz a estratégia.


Porque acumular patrimônio, não tem mistério. Você só precisa gastar menos do que ganha, e o que sobrar; fica por conta dos juros ao longo do tempo. Qualquer um pode seguir essa fórmula. É assim que os indivíduos em uma sociedade economicamente livre acumulam patrimônio desde quando a primeira troca foi feita entre os homens. Funcionou ontem, funciona hoje e vai funcionar amanhã.


Mas se é tão simples assim, por que poucas pessoas conseguem? Porque no papel é simples, difícil é fazer o que deve ser feito. É igual dieta. Todo mundo planeja uma dieta. Para perder peso, é só gastar mais calorias do que se consome que no final vai dar tudo certo. Entretanto, a maioria não emagrece. Planejar é muito simples, colocar a dieta no papel é o mais fácil. Difícil é se alimentar melhor, deixar de comer besteira, fazer exercícios e etc.


Então a única forma do pequeno investidor de se sair bem, é trabalhando para ganhar alguma coisa, e ter disciplina para aplicar o que sobrar depois dos gastos todo mês. Estudar é um fator de suma importância, porque se você aprende a fazer várias coisas de forma competente, a tendência é que as pessoas te paguem mais por isso, e ganhando mais, sobra mais para investir e acumular patrimônio.  


O plano é esse: tem que sobrar todo mês e investir o que sobra para fazer a mágica dos juros compostos funcionar. Claro, vai ter meses que não sobra, porque aconteceu isso e aquilo, mas tudo bem, o importante é que se tenha disciplina para colocar a estratégia dos aportes mensais em prática. 


E só lembrando, o objetivo principal é ter paz e saúde, pois sem isso é impossível acumular qualquer outra coisa. Para ser uma pessoa melhor, no trabalho, nos estudos, nos investimentos, e ser útil para a sociedade de alguma forma, você precisa ter saúde e tranquilidade. A riqueza virá por consequência, e não através de milagres oferecidos por gente picareta. Aliás, quanto antes acabarmos com essa ilusão de que existe fórmula mágica em que uma fortuna aparece na conta bancária do dia para a noite, melhor! Se existe formula mágica, quem a possui não vai sair por aí te oferecendo.


E claro, sempre tem as exceções. Tem milhares de biografias contando como fulano ficou bilionário. Tem também aquela pessoa que ganhou na loteria. Tem a que ganhou uma boa herança, o que se casou com alguém bem de vida e tudo mais. Mas a realidade é dura. Não podemos contar com as exceções, e muito menos com a sorte. Na real, fazemos parte daquela maioria que precisa matar um dragão todo santo dia para colocar comida na mesa. E quanto mais baixo nos encontramos na hierarquia que invariavelmente habitamos, maior é o stress o que gera uma maior propensão a doenças e ao envelhecimento precoce. 


Apenas para resumir: para acumular patrimônio é preciso disciplina para fazer sobrar e aplicar o que sobra todo mês. E o objetivo principal de tudo isso é ter uma melhor qualidade de vida, com mais tranquilidade e saúde.


Dívidas


1. DÍVIDAS

Bom, e como começar de fato? Por experiência própria, todo mundo já deve saber que é impossível construir qualquer coisa em meio às dívidas. 


O problema é que mesmo sabendo disso, somos tentados a fazer novas dívidas, e o pior, comprando coisas que não precisamos, com dinheiro que não possuímos, e tudo isso com o único intuito de agradar pessoas que não dão a mínima.


Claro, sempre tem aquelas dívidas que são feitas por extrema necessidade, quando batemos o carro e precisamos pagar o concerto no cartão, ou quando fazemos um empréstimo para custear o tratamento de uma doença, e por aí vai… já adiantando o que iremos tratar no próximo tópico, é exatamente para isso que serve o acúmulo de patrimônio. Pois é na hora de enfrentar os problemas, que a tranquilidade financeira faz toda a diferença.  


Enfim, o ponto é: independentemente de como acumulamos dívidas, o importante é interromper esse ciclo, pagando as existentes e não fazendo novas, a não ser que você consiga fazer uma única dívida para negociar as existentes a juros mais baixos. Procure renegociar com os credores, pois eles querem receber de qualquer jeito, se for preciso, venda tudo que for desnecessário para quitar o mais rápido possível suas dívidas. Chega de compras parceladas no cartão de crédito, e cheque especial. Quanto menos tempo você levar para quitar as dívidas, mais cedo se torna uma pessoa livre e consciente, financeiramente falando. 


Se não possui quaisquer dívidas, parabéns! Já pode se considerar um ser humano e partir para o próximo passo, que é construir uma reserva financeira, ou reserva de emergência, que como o nome já diz, tem o propósito de te proteger em situações adversas. 


Reserva Financeira


2. RESERVA FINANCEIRA

Sabe seus gastos mensais? Água, luz, internet, telefone, alimentação, combustível, e etc. Digamos que você é pego de surpresa e descobre que irá deixar de receber a sua renda mensal, ou seja, tudo aquilo você ganha por mês, por um motivo qualquer, deixou de existir nesse momento. 


A primeira preocupação será “meu deus, como vou fazer para honrar meus compromissos?”. Você perdeu o emprego e no lugar de se preocupar em encontrar uma nova oportunidade, ou estudar para aprender algo novo, ou até mesmo começar o seu próprio negócio, você irá gastar tempo e energia pensando nas contas. Ou pior ainda, se você ou um familiar adoece, e ao invés de procurar o melhor tratamento, já imaginou desperdiçar tempo e energia com contas? 


O pequeno investidor não pode ser pego de surpresa. Digamos que você tem o equivalente a 2-3 salários acumulados, não faz o menor sentido investir essa quantia em qualquer coisa que seja. Se você resolve investir esse dinheiro é muito provável que não irá dispor dele de imediato em uma situação de emergência, além disso vai acabar perdendo alguma coisa pra sair do investimento pagando taxa e intermediário, isso se conseguir sair...


Repito, o pequeno investidor, não pode ser pego de surpresa. Ele é pequeno! Primeiro, que ele não pode arriscar todo o dinheiro que sobra no fim do mês; esse é justamente todo o patrimônio que possui. E segundo que, se surgir algum imprevisto, uma reserva de emergência será de extrema importância.


Portanto, a regra é de ouro da reserva financeira é ter em poupança ou até mesmo em conta corrente uma quantia que seja o suficiente para cobrir seus gastos mensais por um período de no mínimo 6 meses, pois dessa forma temos uma margem de tempo e dinheiro para superar alguma adversidade com certa tranquilidade. 


Não é pra olhar a rentabilidade da poupança! Sempre vai ter alguém que se acha o fera dos investimentos para dizer “ah mas a poupança perde para a inflação, é melhor investir nisso e naquilo”. Mas aqui o importante não é a rentabilidade, mas sim a disponibilidade. Quando você precisar da reserva financeira é pra ir no caixa eletrônico e sacar, ou entra no app do banco para fazer a TED na hora. Reserva de emergência já diz tudo, é pra emergência!


Se você colocar sua reserva financeira em renda fixa, por exemplo, em títulos do tesouro que é o ativo mais popular nesse caso, se acontecer algo e você precisar da grana, vai ter que pagar mais taxas e impostos por sair antes do vencimento do título, e ainda vai precisar aguardar 2-3 dias úteis para dispor do dinheiro na conta corrente, isso se o tesouro direto não estiver suspenso. Se for em renda variável, pior ainda! Fora a corretagem, vai ser preciso vender os ativos a preço de mercado. No final das contas, o fera neném dos investimentos, que não faz reserva de emergência, termina é mais pobre, porque ficou girando patrimônio toda hora, enriquecendo intermediário e o governo. 


Por isso, o pequeno investidor deve começar pela reserva financeira. Parte daquilo que sobra todo mês deve ficar na sua conta corrente, ou poupança. E quando precisar, é simples, você vai lá saca e resolve o problema. Reserva de emergência significa isso: menos stress, o que por tabela rende mais paz e saúde. 

 

Agora que você já entendeu, que não pode ter dívidas e precisa de uma reserva de emergência que venha ao seu socorro quando mais precisar,  vejamos então a questão dos aportes mensais, o terceiro e último passo.


Fachada da sede da B3 na capital paulista.


3. APORTES MENSAIS – NO QUE INVESTIR

Depois que a reserva financeira chegar ao valor ideal, aquele dinheiro que sobra todo mês precisa ser aplicado de forma correta caso queira construir um patrimônio de forma sadia e sem grandes preocupações. 


Há várias possibilidades de aplicações, entretanto a ordem mais simplificada para diversificar seus aportes consiste em: 1) aportar em renda fixa, através da compra de títulos do tesouro direto, e; 2) depois que você estiver satisfeito com o patrimônio aplicado em renda fixa, aí pode destinar os novos aportes em renda variável, através da compra de ações de boas empresas, e bons fundos imobiliários;


Depois de um certo tempo, é possível diversificar ainda mais, comprando moedas, ouro e até mesmo imóveis, mas isso tudo é quando o pequeno investidor já não é tão pequeno assim. Então de início, basta aplicar em renda fixa através dos títulos e em renda variável com ações de boas empresas, além dos fundos imobiliários.


Por que começar pela renda fixa?

É simples, o patrimônio alocado em renda fixa vai servir como uma espécie de colchão para a nossa burrice/loucura, porque não adianta nada entrar de cara na bolsa, sair comprando ações de toda espécie para quando na primeira queda, já bater o desespero e vender tudo na baixa. Porque é isso que a grande maioria faz na bolsa. Compra na alta e vende na baixa. E o pior, é que quem erra geralmente não assume a própria burrice e culpa Deus e o mundo, fala que a bolsa é casino, que o mercado é manipulado, que o capitalismo é perverso, dentre outras desculpas esfarrapadas que mal servem para esconder a realidade. Aí o perdedor vai atrás de outro rolo, outra ilusão, de ficar rico, de não sei o que lá do 0 ao milhão, da nova pirâmide que dessa vez não é pirâmide, e perde outra vez, e de novo e de novo, sempre girando patrimônio, enriquecendo intermediário, o governo e os picaretas.


Por isso, quando estiver ok com a sua reserva financeira, comece a fazer seus aportes em renda fixa, e continue com os aportes em renda fixa até chegar o momento em que se sentir tranquilo o suficiente para dizer: pronto, o que eu aportar a partir de agora é dinheiro que posso perder, é dinheiro do tipo que se a bolsa despencar pela metade amanhã, eu não vou me preocupar, não vou entrar em pânico e nem sair vendendo nada na baixa. 


Porque a bolsa, mesmo sendo o melhor investimento ao longo do tempo, quando ela desaba, por qualquer motivo que seja, sempre é o fim do mundo. Se pegarmos as piores crises mundiais só nos últimos 20 anos, com a bolha das empresas de internet, a crise do subprime em 2008, e a mais recente agora com a pandemia do Covid, quando a bolsas despencaram de forma vertiginosa, saiu gente a rodo do mercado financeiro justamente no fundo. E se tiver outra crise amanhã, o cenário é o mesmo. Gente iludida que coloca dinheiro que não pode perder na bolsa; sai na primeira queda. 


É importante que isso fique bem claro, porque se trata de algo difícil até para quem já tem um bom tempo sendo sócio de boas empresas que é a forma mais adequada de acumular patrimônio na bolsa, e que iremos discutir logo mais. Nas primeiras vezes é aquela história, o frio na barriga se espalha pelo corpo todo, você se pergunta o que tá fazendo, começar a duvidar de si mesmo e aí bate aquela vontade de vender tudo. 


Mas se você tem aplicações em renda fixa, fica mais fácil superar esses momentos. A sensação de pânico já não é tão sufocante a cada nova queda e com o tempo você começa até ficar avesso à ideia de fim dos tempos que os jornais martelam em toda nova crise que surgir. 


Não, o mundo não vai acabar, e aconteça o que acontecer, você tem uma boa reserva de emergência, e isso já é o suficiente para ajudar a superar as adversidades com mais tranquilidade. Com um reserva de emergência, e um boa parte do seu patrimônio em renda fixa, você já sai na frente de muita gente durante esses momentos e isso faz de você uma pessoa mais consciente, com capacidade de agir e ajudar a família e todos aqueles que estiverem ao seu alcance. 


Bom, e em quais títulos aportar?

Simples: Tesouro IPCA Principal para o maior prazo disponível a venda.

Com esse título seu dinheiro não perde poder de compra para inflação, porque o rendimento nominal dele é justamente a soma da inflação + algum trocado, que será o seu rendimento real.


Aí sempre aparece o primo rico que questiona sobre a escolha do prazo ser muito longo, e aí começa o papinho de “e se eu precisar do dinheiro, e tal”. E pior ainda é a besteira de querer adequar o vencimento para a suposta data da aposentadoria que é uma loucura total, pois a última coisa você gostaria, se realmente existisse o dia da aposentadoria, era de um tesouro direto vencer. Vai fazer o quê? Pegar todo o dinheiro e gastar de uma vez? Deixar ele em casa?


Enfim, todo dinheiro investido é seu e quanto maior o prazo dos seus investimentos melhor, pois pagará menos taxas e impostos ou ao menos irá demorar mais a pagar os impostos que é uma vantagem, pois está capitalizando juros sobre aquele valor até pagar. Quanto mais tempo ficar nos investimentos mais juros compostos, portanto escolha sempre o IPCA principal de maior prazo e pronto. Se algum dia precisar do dinheiro ele é seu. Óbvio que o ideal é levar os títulos até o vencimento, porque ao realizar o resgate antecipado do tesouro pode acontecer de haver perdas, mas se tiver Reserva de Emergência e diversificar em outros investimentos, isso será algo bem difícil de acontecer.

 

Se tudo estiver claro até aqui, o problema que vem agora é o seguinte:

Você já possui uma reserva de emergência, está satisfeito com a patrimônio acumulado em renda fixa, e agora? como faz para sobreviver na bolsa de valores, quais ações comprar?


primeiro, se você já sabe o que é um trade, esqueça, ou pare a leitura por aqui, ela não lhe serve. Se você ainda não conhece o trade, melhor ainda… porque a única coisa que precisar aprender sobre trade é o seguinte: a finalidade do trade é ter algum lucro ao comprar uma ação na baixa e vendê-la na alta. O problema é que não foi dado ao ser humano o poder de prever o futuro, então o que acontece na realidade consta de forma resumida nessa imagem:

A grande maioria dos traders perdem dinheiro
Ah mas fulano vende um curso de day-trade que é ganho garantido... Se ouvir a palavra garantido, confere se sua carteira ainda está no bolso e corre, porque certamente é algum picareta querendo te sacanear. Se ainda não estiver satisfeito, em um estudo realizado por professores da FGV sobre a o day trade, a conclusão foi a seguinte:


De que não faz sentido, ao menos econômico, tentar viver de day-trading. Das 19.696 pessoas que começaram a fazer day-trade em mini índice entre 2013 e 2015; dessas, 18.138 (92,1%) desistiram, umas mais cedo, outras mais tarde; das 1.558 pessoas que persistiram por mais de 300 pregões, tentando de fato viver de day-trading, 91% tiveram prejuízo e apenas 13 pessoas obtiveram lucro médio diário acima de R$ 300,00. Os dados também mostram que o desempenho do day-trader não melhora à medida que ele persiste na atividade (na realidade, piora).


E ponto final.


Então como é que o pequeno investidor sobrevive na bolsa?

Comprando ações para se tornar sócio de boas empresas. Porque no longo prazo, o preço da ação acompanha os lucros da empresa. Então se você se tornar sócio de boas empresas, a tendência é que seu patrimônio aumente.


E se a empresa não for boa? Aí vem outro detalhe, que é a diversificação. NÃO é para entrar na bolsa para ser sócio de UMA empresa, mas SIM para ser sócio de VÁRIAS. Porque se colocar tudo em única empresa, se o valor dela cair pela metade, isso representa 50% do seu patrimônio em renda variável. Agora se você tem uma carteira com 10 ações por exemplo, sendo que fez os aportes direitinho e em cada uma delas possui 10% do seu patrimônio em renda variável, se algo de errado acontecer com alguma delas, e o valor despenca pela metade, a perca de patrimônio é de apenas 5%. Daí a importância de diversificar, não só em ações, mas também em tipos de investimentos.


Ah mas o meus aportes mensais não permitem que eu saia comprando ações de 10 empresas diferentes todo mês... Pra quem está começando, basta ir comprando as ações que ainda não possui, e quando tiver aportes em todas as ações das quais você estudou e pretende ser sócio, todo mês você vai lá e aporta na que possuir uma menor fatia do seu patrimônio. Dessa forma você mata dois coelhos de uma cacetada só, pois evita comprar as ações que subiram muito de preço, pois a valorização delas faz com que aumentem as porcentagens do que representam no acumulado, ao mesmo tempo que equilibra a diversificação do patrimônio na carteira de ações.


Ok, já entendi que devo ser sócio de boas empresas, e diversificar meus aportes para acumular patrimônio através de cada uma delas. Mas como saber se uma empresa é boa?


Esqueça as indicações de analistas, de corretoras e de jornais especializados. Todo mundo aí vai está fazendo um trabalho para alcançar objetivos distintos dos seus. E ninguém melhor para cuidar do seu dinheiro, do que você mesmo. Então, para saber se uma empresa é boa, é a mesma coisa de saber como anda a situação financeira em sua casa, por exemplo. O importante é verificar se:  


a) a empresa tem lucros consistentes; 

Todo balanço anual até agora reportou lucros, as vezes ele cresce ou diminui um pouco, ou mais cresce do que diminui, mas de uma forma ou de outra a empresa dá lucro de forma consistente. E esse é um dos dados mais importantes para quem quer ser sócio de boas empresas, porque renda variável, já implica variações para baixo e para cima, aí muitas vezes acontece de uma empresa ter lucros consistentes e o preço da ação oscilar de forma negativa para analistas e a mídia noticiar que a empresa caiu tantos porcentos, que ficou desvalorizada e isso e aquilo, mas no final, se a empresa for boa, tanto faz se caiu 2, 5, 10% no dia, pois o que importa é se tem lucros consistentes, porque no longo prazo a tendência é que o preço acompanhe o lucro.


b) a empresa não tem rolo aparente;

A empresa é Novo Mercado, ou seja, possui boa governança e transparência e só emite ações com direito de voto, que são as chamadas ações ordinárias (ON). A empresa pode até não ser Novo Mercado, mas é preciso ter ações ordinárias ON, porque empresas que só possuem PN você não precisa nem perder tempo com elas. Sócio é quem tem ações ordinárias, é quando o código da ação termina com o 3 (exemplo: WEGE3, LREN3). Ação preferencial é rolo, pode esquecer.


c) a empresa não tem dívidas, e se tem é dívida controlada para gerar fluxo de caixa ou fazer alguma aquisição;

dívida controlada, é quando a dívida da empresa não vale nada quando comparada com o seu patrimônio líquido. Imagine a pessoa que possui um casa, um carro, tudo quitado, tudo no seu nome, e aí como todo filho de Deus ela vai para o trabalho e para isso ela sempre abastece o seu carro utilizando o cartão de credito porque ela acha mais cômodo, aí quando chega no fim do mês essa é a única dívida que ela possui. Será que para pagar essa dívida vai ser preciso vender o carro? a casa? Claro que não, e isso se chama dívida controlada. Agora, se o total da dívida da empresa for equivalente a boa parte do seu patrimônio, aí é fria, ou tem rolo. Mesmo quando empresas se endividam para fazer novas aquisições (compra de outras empresas ou ampliação estrutural/logística), a dívida resultante não pode ameaçar a sua liquidez patrimonial. 


E quantas empresas? 

De 12 a 16 empresas já é o suficiente para montar uma carteira de ações bem diversificada. Mesmo que ainda não tenha comprado nenhuma ação, o ideal é que sua carteira esteja montada, que você tenha em mente aquelas empresas das quais pretende se tornar sócio com base nos critérios que acabamos de abordar. Quando entrar na bolsa, entre devagar mesmo, compre uma ação, no máximo duas por mês, e quando possuir patrimônio em todas as ações, sempre destine os novos aportes para aquelas que estão para trás. Não precisa nem de planilha, porque basta logar na corretora para saber o quanto você possui em cada ação.


RESUMO:

1. O objetivo de quem deseja acumular patrimônio sendo um pequeno investidor, é ter mais paz, tranquilidade e saúde. A riqueza virá por consequência;


2. Ou dívidas ou acúmulo de patrimônio, as duas coisas não dá.


3. Tenha uma reserva financeira que seja o suficiente para cobrir seus gastos mensais por um período mínimo de 6 meses. É de suma importância que a reserva de emergência esteja em uma conta de imediata disponibilidade.


4. Faça aportes mensais para acumular patrimônio em renda fixa e variável. Defina o quanto pode ter acumulado em cada tipo de investimento. Diversifique seus aportes em renda variável, através de uma carteira com pelo menos meia dúzia de ações de boas empresas distribuídas em diferentes setores da economia.


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As notas aqui utilizadas refletem diretamente aquilo que o autor do blog destaca da obra original durante a leitura da mesma, utilizando-se geralmente de citações diretas, indiretas e paráfrases, além de comentários pertinentes que podem ser retirados de outros trabalhos. As notas são criadas com o único intuito de fornecer um rápido acesso a consultas posteriores para estudo sobre o tema. Caso o leitor do blog tenha alguma dúvida ou gostaria de complementar algo, fique à vontade para deixar um comentário logo abaixo ou entre em contato mediante o instagram @waldeirmarques, ou email


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