22 de fev. de 2019

Precisamos falar sobre sindicatos!


Uma adaptação do texto “O Mal dos Sindicatos no setor público e privado - por Walter Block

Aposto (seus impostos, risos) que o nobre leitor já tenha ouvido por aí algo no sentido de que “precisamos de sindicados, porque, sem eles, os empresários malvadões reduziriam os salários dos empregados a pó”.

Só que salários e condições de trabalho NÃO são definidas pelas empresas, mas sim pela receita marginal do trabalhador, do quão produtivo ele é. Cada empregado adicional na produção de um determinado bem aumenta o custo desta produção, logo, o salário do último empregado adicionado à produção jamais poderá ser superior à receita marginal oriunda de sua produtividade adicional. É isso ou a empresa terá um belo prejuízo. E olha que nem falamos ainda da teoria subjetiva do valor.  

O objetivo dos sindicatos é fazer com que as empresas paguem aos seus empregados um salário além daquilo que cada um agrega produtivamente (tudo isso em nome da não exploração pelos capitalistas). No curto prazo a ideia pode até colar, mas no longo prazo a empresa fecha e todos são demitidos. 

Se os defensores sindicalistas entendessem esses conceitos básicos de economia talvez não precisássemos desta conversa. Coloquemos então a questão de um modo mais fácil...

Como é que indústrias que jamais fizeram contato com sindicados (bancos, computação, finanças) pagam salários tão altos, excedendo a média dos salários daqueles setores terrivelmente sindicalizados? Ora, a mercê de porcos capitalistas como o Bill Gates, tecnólogos e cientistas da informação, empregados pela Microsoft, já não deviam estar mortos de tão explorados? A realidade mostra justamente o contrário.

O que dizer então de países onde o sindicalismo ocidental não tem vez (Hong Kong, Singapura, Japão) e ainda assim são poderosas forças econômicas, com padrões de vida de causar inveja a qualquer membro sindicalizado no resto do mundo?

Não precisamos ir mais longe. Para finalizar, nada melhor do que deixar a seguinte reflexão para desmitificar de vez a questão dos sindicatos: se a narrativa socialista diz que sindicatos são necessários para evitar a exploração capitalista, reconhecendo ainda o papel benevolente do Estado nas relações trabalhista com suas maravilhosas legislações pró-sindicalismo, POR QUE DIABOS EXISTEM SINDICATOS NO SETOR PÚBLICO?

É isso mesmo, existem organizações sindicais contra o governo! É como um socialismo dentro de outro socialismo. Nas sociedades que possuem um pouco de respeito pela propriedade privada e liberdade, dados indicam (aqui) que os sindicatos no setor privado tendem a desaparecerem. O problema restará justamente no lado do setor público, onde verifica-se a forte presença dessa atividade que nada mais fará além de subir os impostos na mesma proporção em que se aumentam os salários dos servidores públicos. E não se engane, o correio continuará prestando um péssimo serviço, assim como todas as outras repartições públicas. 

Use a razão. Se mesmo assim você permanecer firme quanto aos sindicatos, faça o favor de cair em contradição performática assim, sozinho. Ah! E não esqueça de tirar parte de sua renda para contribuir com o sindicato (isso se ele já não o tiver feito). 

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Leitura recomendada: Rumo a uma Sociedade Libertária - Walter Block
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